Tuesday, August 07, 2007

Noite entrecortada de caminhantes e ruas iluminadas pela solidão. A luz fascina-me a cidade, apetece conhecer cada pedra, a memória de cada esquina.

Na calçada histórias soltas entrenham-se pelo roçar ténue do meu e do teu braço que acompanham o caminho em sentido contrário. Nas entrelinhas do sorriso adivinha-se um coxear ligeiro de quem tem muito para dar e aprendeu a esquecer como. A porta abre-se amena, aconchegante. No ar a viola chama sentimentos que nos entram por dentro, falam-nos de cumplicidades antigas e acalmam-nos o coração, tal maestro que nos condiz as linguagens.

Gosto de viajar pelos teus momentos, ser diferente quandos baralhas as tuas linhas nas minhas pre-definições. E as horas passam como o nervosismo, enquanto re-aprendo os teus gestos, a subtileza com que te deitas para fora ou passas a mão no cabelo.

Só se aprende com as histórias encarnadas na primeira pessoa. Um desabafo vale mais que mil personagens estranhas perdidas em coincidências, mais que mil discursos indirectos.
E contigo a vida embrulha-se tão intensamente que apetece embrulhar com ela, aprender com ela, ser contigo.

Da noite restou o sopro de saudade, da vontade de lutar por nós. Anseio-te no caminho.

3 comments:

R. said...

não precisas de elogios. sabes bem a qualidade que cada palavra tua tem, e como nos serve como se fosse um casaquinho feito à nossa medida. exactamente. muito mais que à medida do corpo... à medida do coraçao.

TM said...

"inefavel" dirias tu! ;)

Anonymous said...

bem que saudades que tinha de te ler... continuo a adorar perder-me nas tuas historias... nunca mais te vi miuda, espero que esteja tudo bem! beijinhos
(continua, continua, ler 3 de uma so vez foi uma agradavel surpresa:) )

ana amorim