Thursday, October 27, 2005


Eu sei.
Sei que te segues até ao infinito. Idolatras-te e vais atrás de ti tal escravo sem vontade. e só te vês de costas, achas-te feio.
Sei que corres. Entras no metro abatalhado de gente e sentas-te em frente a ti. mas não te consegues ver, tal é o nevoeiro e a visão que os outros te tiram. por vezes, apanhas um reflexo no vidro. mas a chuva incide fortemente na tua percepção, pensas-te desfigurado.
Mas há um dia, em que não há mais ninguém. Só sobras tu. Dois tus. E já não há chuva, e já não há ninguém a dizer-te como és feio, desfigurado.
E tu gostas. um bocadinho apenas.
Mas gostas.

Friday, October 21, 2005


Indignei-me? não. desesperei. não por quereres desistir mas porque tive medo que a guerra alcançasse proporções superiores. daquelas que nenhum humano consegue enfrentar. aí desesperei. mas foi um julgamento precipitado, um segundo. e subestimei-te, claro.

Não digas que te obriguei a ir à luta. nunca te mandaria a uma luta. porque nas lutas não há vencedores. apenas vencidos. e era impensável enviar-te para algo que te pudesse magoar. diz antes que te acordei de mansinho... e se o fiz foi porque tive a certeza que irias vencer. e o que falta perceber aqui... é que a guerra não está onde tu lutas com a tua espada e o teu escudo. talvez devesses deitar fora a espada e ficar só com o escudo. porque essa guerra que queres vencer e que não é guerra, é apenas contra ti própria. e não te queres magoar com a espada pois não? não tenhas medo. os únicos inimigos estão dentro de ti e não te querem ferir.

A verdadeira guerra, cheia de dor e sangue da alma... aquela que receias acima de tudo e que não podes ganhar, só vai chegar quando cruzares os braços. e os teus braços vão estar sempre à minha volta, não é?
então não tens nada a recear.

Thursday, October 20, 2005

finalmente tenho net... back for good :) [qd tiver tempo e disposição] *



sentes o mundo em cada outro olhar
e foges dele para te encontrar

segues o caminho sem pestanejar
e esqueces-te de viver, para não chorar.

mas choras, quando ninguém está a ver
e sofres, tentando perceber.

mas há ausências que vêm para ficar.
que te arrancam o que mais queres guardar.

há futuros inventados para doer
folhas que caem porque assim tem que ser

mas é só mais um grande nada, afinal
uma sucessão de vidas
em que não és o ponto final

e é tudo tão complexo, tão transcendente
que ficas sem norte,
impotente.

porque não vives sem pensar
mas quanto mais pensas, menos queres aceitar.

a vida é para a frente
não podes desistir
porque se cais não te libertas,
nem consegues mais subir.