Saturday, December 24, 2005


Mais um ano, menos um ano. Sinto necessidade de o marcar no papel para a velhice não me trocar as datas. Tanto que mudou, tanto que gostava que tivesse mudado. Sento-me no mesmo local, tenho a mesma noite a espreitar pela janela, a mesma ânsia de cantar. Definiram-se objectivos, cresceu-se mais um bocadinho e há um medo imenso de fracasso apesar de o sonho ser bem mais alto. O coração continua a bater mas já sabe bater pelo que importa. Só tem medo de bater depressa de mais. E são tantas as memórias que se juntam aos outros pedaços do corpo. Memórias em patins, num gelo falso que aquece o coração. Memórias que tocam ao som do Bryan Adams num grito de liberdade que eleva para longe. Memórias que se espraiam numa terra Brasileira com o sabor de uma amizade que se adivinha eterna. Memórias brilhantes, em maresias que aquecem a alma no verão e lhe servem de esconderijo no inverno. Memórias de noites em praias frias, memórias de liberdade e sabores novos. Memórias de um beijo, solto na incerteza do abandono por um navegante que há muito fugiu da costa sem nunca querer abarcar. Memórias que se juntam num gofre de framboesa e viajam de coração em coração, à descoberta de segredos e confidências que se tornam maiores e nos unem em laços daqueles que levam vidas a desatar. Memórias de esforço, de determinação, memórias de noites e noites a mal dormir ou a dormir demasiado bem. Memórias das nossas noites. Memórias do culminar de todas as memórias num sonho que a Mafalda Veiga nos dá. Memórias daquele sentir, daquele tremer, daquele olhar que diz tudo e não queremos largar. Memórias de Porto Covo, dos luares que preenche no nosso coração por nos ensinar o valor da laranja da falésia. Memórias que se escondem em fotografias roubadas no silêncio da felicidade, memórias de êxtase e divertimento. Memórias de tendas, memórias de aventura e de companhias tão especiais. Memórias rebeldes que abalam em combóios e voltam ao escurecer, memórias de palavras que doiem e memórias das que trazem dor por não serem ditas. Memórias de sorrisos, memórias de abraços, memórias de guitarras que seduzem outras memórias. Memórias de ler, memórias de sentir, memórias de viver e de querer existir. Memórias de mãos entrelaçadas, de almas enleadas, memórias que ficam e nunca mudarão. Porque há memórias que se repetem apesar de nada se repetir. E há memórias que nunca estarão completas porque as vamos vivendo um dia de cada vez.

E foi mais um ano, mais um ano em que fui feliz porque continuo aqui. E isso... é tudo o que posso pedir para continuar com as minhas memórias.

5 comments:

Anonymous said...

simplesmente lindo :')

Anonymous said...

bem, tou s/palavras, linda...é como diz a isabell"simplesmente lindo", amei, a sério..já tinha umas saudadezitas d ler alg coisa tua..algo bonito, cm este texto com k m presenteast, ao lê-lo neste dia d natal, acredita k foi1das melhores partes do dia..adoro-te:)*

Anonymous said...

e eu espero que o proximo ano te traga ainda mais memorias felizes:)
e exigo que que no proximo ano nos continues a brindar com os teus textos. (ainda que nao comentadora assidua gosto muito de ser uma leitora frequente!)
beijinho * ana

Anonymous said...

Porque as memorias deixam saudade.. para sempre o teu lugar no meu coraçãozinho estará lá para qd o quiseres preencher.. Um beijo da tua antiga droga :)

Anonymous said...

Espero ficar na tua memória também =D ... Neste ano que aí vem....felicidade não vai faltar!
Ze*