Friday, August 18, 2006



vi as linhas nascerem por ti fora. formavam-se lentamente, numa elegância que te definia o rosto e te tornava inacreditavelmente real no cenário magnificamente inventado. a noite tocava ao longe os acordes que o tempo me ensinara a esquecer, e a ponte, iluminada ao fundo, tentava em vão competir com o brilho que lançavas. senti-me partida a metade. dividida entre a tua mão esquerda e a direita, não consegui optar por um beijo no teu sorriso ou um deitar a cabeça no teu ombro. espantado, estendeste-me ambos como se não pudessemos existir sem o que a pouco e pouco tinhamos vindo a ser. como se para chegar ao coração tivesse que escalar o resto do corpo e conhecer cada fenda para poder subir sem o risco de cair. e mesmo que caísse, mil vezes, saberia que nenhum tesouro abria com a primeira chave e podia aperfeiçoar a minha até encaixar perfeitamente e conseguir rodar sem qualquer dor, até sentires que podia entrar sem pedir e adormecer na almofada vermelha como se aquele fosse realmente o meu lugar.
Assim, fanática por aventuras, quis trepar-te vezes sem conta, saber o que eras nas mais pequeninas banalidades e aprender a brincar com o teu sobrolho, também pequenino, para que tu reparasses quando me nascesse um novo sinal e o pudessemos baptizar juntos.
Primeiro fui cruel, admito. arranquei-te o colete anti-balas e obriguei-te a despir todos os casaquinhos [do coração, para quem ainda não sabe] e a enfrentar a nudez da alma. e foste tão forte! sem um tremer, sem um hesitar, mexeste em cada bocado meu como um castelo que conquistas vezes e vezes sem conta e um dragão que cospe diamantes só de te ver.
e a ponte ao fundo deixou de ter sentido, pois eras tu o caminho que a minha seta apontava, como numa procissão de pirilampos, eras aquele que quis seguir para pisar as ervas daninhas do coração e continuar aquela noite perfeita. então, ao longo do passeio, demos as mãos e transferimos para aquele abraçar de pele todos os restinhos de nós, tudo o que eramos, o que queriamos ser, e a esperança de um futuro que agora nos envolve em linhas elegantes e nos torna inacreditavelmente reais num cenário magnificamente inventado.
obrigada meu amigo, meu amor.
e parabéns a nós (:

7 comments:

Anonymous said...

lindo :) obrigado meu amor :) gosto de ti :)

R. said...

que lindo* parabens a voces! :D

quando li a parte do casaquinho do coraçao lembrei-me exactamente da tua cara a dizeres que nao sabias fazer um plano ( sempre tivemos algumas coisas em comum... que giro :)) porque nao podias por desenvolvimento: casaquinho do coração :)

és linda, principessa :)

Anonymous said...

Simplesmente Divinal!!

Anonymous said...

lindo :)

e parabéns ;)

TM said...

Dos melhores, sem duvida. Olha.. bitty! ;P que saudades. parabens joaninha, que sejas tao feliz quanto eu desejo que o sejas. gosto muito de ti :)

Anonymous said...

oh rapariga, deixas.me deliciada com os teus textos.
ja agora, parabéns, claro ;)

beijocas

Lua said...

fico feliz por vir aquie ler um texto destes... e me deixar devorar pelos sentidos... já tinha saudades de ler a intensidade com que vives, com que és tu própria...
fico muito contente por ti e por te sentires assim...
desejo-te toda a felicidade que mereces e sei que vais chegar longe, muito longe com essa tua essência... até tocares na linha no horizonte. e vejo que também arrastas outros contigo... :)
um bj grande :*